A 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital inicia, neste mês de junho, o Projeto Jovem Visionário Social, que vai qualificar e capacitar adolescentes acolhidos em instituições para atuarem como empreendedores.

“Estamos oferecendo uma alternativa possível e inovadora para que esses jovens superem os impactos gerados pela longa permanência nas instituições de acolhimento, principalmente com a limitada oferta de serviços profissionalizantes, que somada à proximidade da data do desabrigamento, reduz significativamente suas chances de sucesso no mercado de trabalho”, afirma o juiz Pedro Henrique Alves, titular da 1ª Vara da Infância da Juventude e do Idoso da Capital.

O projeto vai atender os jovens institucionalizados, entre 15 e 18 anos, sem a perspectiva de adoção. Nesta segunda-feira, 30 de maio, o juiz Pedro Henrique Alves assinou a parceria com os professores João Luiz Ponce e Rubens Francisco Alves de Oliveira.

“Este é um sonho de transformar os jovens adolescentes de abrigos em jovens empreendedores de sucesso”, afirmou o professor João Ponce, idealizador do projeto e orientador acadêmico de cursos na área de empreendedorismo e inovação da Fundação Getulio Vargas.

O primeiro grupo de alunos terá 20 adolescentes. Entre eles, Shayane, de 15 anos, e mãe de Bernardo, de quatro meses. Ela já viveu nas ruas e em casas de parentes, mas desde que ficou grávida, mora em abrigos. “O projeto representa realizar meu sonho que é abrir um negócio com costura e bordados para poder criar o meu filho”, disse a adolescente.

O Projeto Jovem Visionário Social conta com a colaboração da equipe de psicologia do juizado e pretende, em até cinco anos, tornar os alunos empreendedores independentes. Em um primeiro momento, os adolescentes vão adquirir conhecimento e receber capacitação. Em seguida, vão transformar ideias em negócios, na fase do programa que vai criar empresas mediante a implantação de modalidades inovadoras de negócio social, nas áreas de economia criativa. A terceira fase é de independência dos empreendedores, quando eles passam a gerir sozinhos os próprios negócios. Os projetos dos jovens terão o suporte de infraestrutura básica, formação para orientação empreendedora, divulgação e apoio na busca de subsídios e financiamento, visando transformá-los em empreendimentos independentes e viáveis.

“Estamos inspirados e motivados a instigar competências desconhecidas pelos jovens, de forma que possamos empoderá-los e que de fato se tornem protagonistas e condutores das suas próprias vidas”, afirma a psicóloga Sandra Levy.